O dia em que enfrentei o Juiz
Calma! Foi algo tranquilo e nada estressante.
Em novembro de 2014, após atuar mais de 2 anos como assistente técnico do Reclamante, eis que um belo dia ao chegar para acompanhar um cliente o Perito do Juízo me apresenta um despacho.
Nele estava escrito que o Fisioterapeuta não poderia participar da “perícia médica”, que deveria atuar somente naquilo que sua formação alcançava, a perícia ergonômica.
Eu fiquei arrasado, e ao me aconselhar com colegas peritos e advogados todos me recomendaram não questionar o despacho.
Em um momento de reflexão, pensei: o que pode ser pior do que não poder trabalhar? Como conversar com o juiz poderia piorar o que já estava horrível?
Ao mesmo tempo pensei que juízes são pessoas extremamente inteligentes e que buscam trabalhar alinhados à pacificação social.
Decidi ir conversar com o magistrado.
Ele me recebeu já sabendo o motivo de eu estar lá.
Além de explicar a legislação, eu disse que ao impedir o Fisioterapeuta de realizar a avaliação física do cliente, estava impedindo aquilo que fazemos de melhor, quantificar e qualificar deficiências estruturais e funcionais. Que são apontamentos fundamentais no processo judicial.
Surpreso em saber até onde alcança o nosso conhecimento o Juiz disse que iria emitir um novo despacho, o que realmente o fez.
Em muitos momentos e situações, o diálogo e a explicação resolvem muitos problemas.
Não se omitir e apresentar o que fazemos de melhor, é nosso dever.