Ontem eu estava em campo realizando perícias ergonômicas.

Um delas me chamou a atenção, pois a peça inicial estava com inconsistências entre a doença alegada, o trabalho realizado e a tese de que a doença era de origem laboral.

A doença era um tumor maligno na coluna vertebral. Bom, sabemos que muitos trabalhos com exposição à agentes químicos produzem câncer, e até aqui tudo bem.

Ocorre que a tese da peça inicial se apoiava no sentido de que o desenvolvimento do tumor se deu por risco ergonômico como posturas inadequadas e força.

Neste norte não encontramos na literatura (até onde eu sei), que riscos ergonômicos são fatores para desenvolver tumores malignos e mais especificamente na coluna vertebral.

Escrevo isso para mostrar como o jurisconsultor é fundamental no estudo do caso concreto e no desenvolvimento da melhor estratégia para o advogado.

Ele poderia ter analisado todos os documentos nosológicos, estudado a tarefa real com base no depoimento do paciente e por fim raciocinar que não há elementos que liguem todos os pontos da teoria.

O advogado teria economizado seu precioso tempo e não teria dado esperança ao cliente.

Agora ele vai ter que ir até o fim do processo, que muito provavelmente será improcedente, e ainda precisa remediar o dissabor de seu cliente.

E você? Já imaginou o tamanho do mercado de trabalho como Fisioterapeuta Jurisconsultor?