Fisioterapia Perícia Previdenciária

A CIF não é um método confiável

Desde que conheci a CIF em 2011 fico pensando qual o motivo da justiça continuar utilizando a Tabela do DPVAT para medir a extensão do dano.

Sigo ouvindo e lendo argumentos como:

  • 1 – a CIF não mede a extensão do dano
  • 2 – a CIF não é um método de avaliação confiável

As afirmações acima estão corretíssimas, o que falta mesmo é entendimento.

A CIF não mede o dano, pois quem faz isso é o profissional avaliador.

A CIF é uma classificação, ela segrega coisas. Ela quantifica e qualifica os achados do examinador quando comparado com a normalidade. Assim, o profissional examinador irá comparar os achados de sua avaliação com os padrões de normalidade da literatura e apontar a extensão do dano.

A CIF não é um método de avaliação confiável! Verdade! Simplesmente por que ela não é um método.

Imagine que você recebe um paciente com uma lesão de ombro e precisa emitir um parecer físico funcional. Então você resolve aplicar a CIF, pega o texto e fica procurando a semiologia fisioterapêutica dentro dela, você nunca vai encontra. Ela não possui métodos de avaliação.

Vejamos o que está escrito em um trecho da página 20 do texto da CIF:

Ela permite, como processo interactivo e evolutivo, fazer uma abordagem multidimensional da classificação da funcionalidade e da incapacidade e fornece as bases para os utilizadores que desejam criar modelos e estudar os diferentes aspectos deste processo. Neste sentido, a CIF pode ser vista como uma linguagem: os textos elaborados com base nesta classificação dependem dos utilizadores, da sua criatividade e da sua orientação científica

Observem, “ela fornece as bases para os utilizadores criar modelos” e “os textos elaborados com base nesta classificação dependem dos utilizadores, da sua criatividade e da sua orientação científica

É de clareza solar que a CIF orienta o examinador em qual sentido ele deve ir na condução da sua avaliação. Entretanto, o avaliador deve criar/escolher o seu modelo de avaliação a fim de comparar os seus achados com a normalidade e classificar na CIF.

Agora imagine você fisioterapeuta o tamanho do seu arsenal avaliativo e tenha certeza que todo ele cabe dentro da CIF, desde que seja encaixado da maneira correta.

Então quando ouvir: a CIF não é um método confiável, concorde e explique que ela não é um método.

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