A classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde faz parte da família das classificações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

A maioria das pessoas conhece sua prima irmã a CID (Classificação Estatística de Doenças e Problemas Relacionados a Saúde). A CID e a CIF são complementares. Para ficar mais fácil o entendimento, a CID estabelece a doença enquanto a CIF estabelece a repercussão na funcionalidade em uma vida ativa e participativa, ou seja, saímos do modelo de avaliação biomédico (da porta do consultório para dentro) e vamos para o modelo de avaliação biopsicossocial (tudo que acontece dentro do consultório mais o que ocorre da porta para fora)

Dentro da CIF encontramos sua usabilidade em todos os aspectos que envolver a funcionalidade humana. Ergonomia tem foco no conforto das pessoas. A CIF também está dentro dela, no sentido de classificar situações relacionadas a saúde sendo o trabalho uma dessas situações.

Pensando em ergonomia podemos usar a CIF no auxílio ao atendimento do item 17.1.2 da NR17 que versa sobre a análise ergonômica e avaliação das características psicofisiológicas do trabalhador.

O que vemos na maioria das análises ergonômicas do trabalho, o estudo da população é raso limitando-se à colocar o gênero da população, idade, escolaridade e outros dados não tão relevantes.

Conforme orientação do manual de aplicação da NR17 item 3 pág.19:

A análise da população de trabalhadores: política de pessoal, faixa etária, evolução da pirâmide de idades, rotatividade, antiguidade na função atual e na empresa, tipos de contrato, experiência, categorias profissionais, níveis hierárquicos, características antropométricas, pré-requisitos para contratação, nível de escolaridade e capacitação, estado de saúde, morbidade, mortalidade, absenteísmo etc. Se quisermos adaptar o trabalho ao homem, é logicamente impossível promover essa adaptação se não conhecermos a população à qual a mesma se destina. (grifei).

Muito mais que cumprir o item, estas valências possibilitam uma plena gestão da saúde das pessoas envolvidas no processo permitindo promover ações preventivas e corretivas em ergonomia.

Pessoas saudáveis impactam diretamente na redução de desperdícios por má qualidade no produto, retrabalho, excesso de produção dentre outros…

Apresentação do estudo da população:

Todas as valências físicas são quantificadas e qualificadas pela CIF, ou seja, os graus de funcionalidade para cada valência é classificada em nenhuma, leve, moderada, grave ou completa.

Estes itens tem relação com o domínio “b” da CIF nos capítulos que analisam as funções do corpo.

Além deste domínio, a CIF verifica o impacto de eventual deficiência estrutural e funcional na capacidade laboral que está no domínio “d” mais especificamente no capítulo 8 “áreas da vida”. Assim o trabalho está na CIF:

d850 Trabalho remunerado

participar em todos os aspectos do trabalho, seja uma ocupação, negócio, profissão ou outra forma de emprego, em troca de pagamento, como empregado, a tempo inteiro ou a tempo parcial, ou como trabalhador independente, nomeadamente procurar trabalho e conseguir um emprego, realizar as tarefas decorrentes do trabalho, chegar pontualmente ao trabalho, supervisionar outros empregados ou ser supervisionado, e realizar as tarefas necessárias sozinho ou em grupo

Inclui: trabalho independente, trabalho a tempo inteiro ou a tempo parcial

Ainda dentro da CIF, temos o conceito de barreiras e facilitadores envolvidos nos fatores ambientes. Ou seja, o meio ambiente que a pessoa está envolvida. Isto está delimitado no domínio “e”.

Trazendo para a ergonomia encontramos na CIF a quantificação e a qualificação de quanto os produtos e as tecnologias (Capítulo 1) podem facilitar ou dificultar o desenvolvimento do trabalho. Neste norte temos o códigos:

e135 Produtos e tecnologias para o trabalho

equipamentos, produtos e tecnologias utilizadas no trabalho para facilitar as actividades profissionais

Inclui: produtos e tecnologias gerais e de assistência para o trabalho

e1350 Produtos e tecnologias gerais para o trabalho

equipamentos, produtos e tecnologias, não adaptados nem especialmente concebidos, utilizados no trabalho para facilitar a execução de tarefas profissionais, tais como, ferramentas, máquinas e equipamentos de escritório

e1351 Produtos e tecnologias de assistência para o trabalho

equipamentos, produtos e tecnologias, adaptados ou especialmente concebidos, utilizados no trabalho para facilitar a execução de tarefas profissionais, tais como, mesas ajustáveis, escrivaninhas e arquivos; abertura e encerramento das portas do escritório com controlo remoto; equipamento informático e software; acessórios e unidades de controlo ambiental que visam facilitar a execução individual das tarefas relacionadas com o trabalho e o controlo do ambiente de trabalho; (e.g., scanner, sistemas de controlo remoto, sistemas controlados por voz e temporizadores)

Neste breve estudo podemos verificar que a ergonomia está inserida em todos os domínios da CIF. Toda construção da CIF foi idealizada nas estruturas e funções do homem bem como as eventuais deficiências impactam na sua vida ativa e participa observando também o meio ambiente impactando positivamente ( facilitador) ou negativamente (barreira) a vida da pessoa.

Este pensamento está totalmente alinhado ao conceito de ergonomia no sentido de sempre tentar adaptar o trabalho ao homem, sendo que para desenvolver este raciocínio é preciso conhecer profundamente a população.

Nós da INNOVE, investimos muito no estudo da população para proporcionar um ponto de equilíbrio entre a saúde das pessoas e o desempenho da organização.

Com nossa expertise buscamos atingir todos os setores como RH, Qualidade, Produção, Engenharia, SESMT, Jurídico e Direção.

Saiba mais em www.innoveergonomia.com.br

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